Postagens

Mostrando postagens de abril, 2018

Os usos da imagem e a temática indígena no ensino da História

Imagem
Os registro visuais, enquanto documentos históricos - como qualquer outro documento produzido pelo homem - pressupõem uma acurada interpretação de seus contextos sociais de produção e dos códigos e símbolos inerentes aos mesmos. Quando se fala, ao trabalhar com documentos escritos, dos ditos e não-ditos inscritos nos textos, fala-se das escolhas de exposição e silenciamento realizadas por seus produtores. Na mesma medida, os registros audiovisuais encerram escolhas realizadas por quem opera os equipamentos técnicos que vão desde as formas de enquadramento do que se quer registrar, até os aspectos ou modelos que se quer deixar registrado. São os códigos, significados e propósitos inerentes às escolhas do autor, que estão diretamente relacionados ao seu lugar contexto social de seu tempo, os ingredientes que possibilitam a análise imagética enquanto documento histórico.  Nesse sentido, tanto os registros visuais que se propõem documentais quanto aqueles que, contrariamente valorizam

Quem é o sujeito indígena? (parte 2)

Imagem
Indígenas brasileiros: quem são, quantos são, onde vivem. Populações indígenas pré-cabralinas: estimativas apontavam para uma população em torno de 2milhões e 400mil e 8milhões e 500mil; Cálculo das populações indígenas atuais: dados diferenciados entre as primeiras análises do antropólogo Darcy Ribeiro em meados dos anos 50→estimativas entre 68 mil e 99 mil indivíduos; Os estudos do antropólogo denotava perspectivas pessimistas e apontavam para um futuro de decréscimo e dizimação para as diversas etnias indígenas brasileiras; Ao contrário do que diagnosticava as estimativas numéricas do antropólogo em 1950, os números relativos à população e grupos indígenas cresceram a despeito das perspectivas negativas, algumas das razões seriam: * Relativo controle de determinadas doenças antes desconhecidas pelas comunidades; * Reconhecimento de determinados grupos que antes se tinha como extintos; * Grupos desconhecidos ou isolados que por algum motivo acabaram por ser contactado

Quem é o sujeito indígena? (parte 1)

Imagem
          Uma das questões que mais afligem professores e alunos quanto ao ensino de história e cultura indígena é em relação à construção das identidades indígenas. Entender a pluridiversidade e multiculturalidade das etnias indígenas é um dos principais desafios para alunos e professores. Nas postagens seguintes vamos discutir um pouco acerca da construção social das identidades e da diversidade das indígenas a partir das ideias de identidade e diferença e da diversidade linguísticas dos diversos povos indígenas no Brasil. IDENTIDADE: um pouco de história            Os estudos sobre identidade foram inaugurados pelos trabalhos GEORGE MEAD, CHARLES COOLEY dentre outros, na Universidade de Chicago, no início do século XX.   INTERACIONISMO SIMBÓLICO: Argumenta que a distinção EU – OUTRO surge apenas através da interação social.  ANTECEDENTES: Perspectiva estruturalista; Saussure e as definições de signo e linguagem como sistema de definição de diferenças. IDENTIDADE:

Por que discutir História Indígena e Educação?

Imagem
        A história do ensino de História no Brasil tem um caminho que, desde de meados do século XIX, oscila entre uma formação voltada para a padronização das memórias nacionais e a formação de uma identidade homogênea, tudo para legitimar uma pátria em formação, através de seus símbolos, hinos, heróis, unidade cívica, cultural. Ao longo do tempo prevaleceu um ensino voltado para a erudição e baseado em fatos únicos, oficiais, com personalidades históricas escolhidas para representar a nação, como é o caso de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, e a necessidade de se resguardar as datas destes feitos.          Na atualidade, o ensino se estabeleceu em outras bases, como as que asseguram um olhar crítico, buscando implementar uma escrita com base na defesa do direito às diferenças sociais, étnicas, de gênero, culturais, etc., que se tornaram grandes demandas do século XXI voltados para a defesa dos Direitos Humanos. No entanto, para que saíssemos de um modelo educacional p

O Abraço da Serpente: um outro olhar sobre as identidades indígenas

Imagem
        Lançado no ano de 2016, o filme El Abrazo de la Serpiente (O Abraço da Serpente) se tornou um marco do cinema colombiano ao ser indicado, no mesmo ano, a concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro. O filme, dirigido por Ciro Guerra, tem como proposta, um repensar do espaço amazônico a partir da perspectiva da cosmovisão indígena da região do Alto Rio Negro e Vaupés, noroeste amazônico, fronteira entre o Brasil e a Colômbia. Fonte:  http://alsomniflick.blogspot.com/2016/03/embrace-of-serpent-el-abrazo-de-la.html         Um espaço até então desconhecido pelo diretor, a Amazônia colombiana se torna objeto de interesse do mesmo a partir do seu contato com o antropólogo também colombiano Ignacio Pietro. Segundo entrevista concedida por Pietro à rádio LAUD 90.4 FM, ambos se conheceram na Universidad Nacional da Colômbia, quando Guerra entrou em um grupo de teatro experimental dirigido por Pietro. Guerra então apresenta o roteiro de um projeto intitulado "La Sombra